segunda-feira, 26 de dezembro de 2011




Este texto é antes de tudo um desabafo, mas também uma maneira de expor o que consideramos ser um desrespeito com o artista e seu trabalho, cujo principal desejo é se expressar e se conectar com o outro através da sua arte.

                                                                                                                             
Se na esfera privada sabemos que em geral as empresas fazem uso da lei de renúncia fiscal para converter seus ônus com impostos em investimentos de marketing – o que faz com que se apóiem projetos comerciais que prometem visibilidade –, é na esfera pública que o artista pode encontrar subsídios para desenvolver seu trabalho e sobreviver – de maneira inconstante e incerta, que seja. Os editais públicos são de fundamental importância no desenvolvimento e aprofundamento da arte e da cultura do país. Se não fossem esses editais, grandes filmes não existiriam.

Depois de realizarmos três longas-metragens sem qualquer tipo de apoio institucional, juntando as moedas dos bolsos e reunindo nossos amigos apaixonados, estamos vivendo agora uma nova experiência, que é o de termos em mãos um projeto de um filme que inevitavelmente precisa de dinheiro para ser realizado. A ideia do filme nasce de uma proposta de parceria com a Vânia Catani, da Bananeira Filmes – que entra como co-produtora – e se transforma num projeto, nosso primeiro projeto. Viemos nos dedicando à elaboração desse projeto desde Setembro de 2010, tendo ainda esse ano participado com ele de um encontro de co-produção internacional na Mostra Cine BH junto com outros projetos de realizadores que como nós vêm realizando os filmes com muita dedicação e trabalho. Após essa experiência decidimos inscreve-lo no IX Edital de Cinema e Vídeo da Secretaria de Cultura do Ceará. E foi o desgaste e decepção desse processo que nos levou a escrever essa carta.

Primeiro nos deparamos com um edital extremamente mal elaborado, confuso e incoerente. Um edital que certamente foi elaborado por pessoas que não fazem ideia do que é o processo de feitura de um filme, burocratas que reproduzem modelos sem um gota de reflexão. Não bastasse isso, de repente, algumas semanas depois que o edital foi lançado, a Secult substitui o pdf que havia publicado no site por um novo, alterando e incluindo itens, e faz isso sem dar qualquer satisfação a respeito da mudança. O arquivo é simplesmente substituído. Quando nos deparamos com as duas versões do edital, não acreditamos. Algumas pessoas só descobriram essa mudança no penúltimo dia e correram um grande risco de serem desclassificadas simplesmente por não entregarem as 05 vias impressas do projeto, novo item adicionado na nova versão.

Depois de entregue o projeto, ficamos sabendo através de um amigo que a Secult tinha divulgado no site uma lista de projetos desabilitados por questões jurídicas, projetos que teriam 5 dias a partir da publicação no site para recorrer. Só 3 dias depois dessa publicação fomos comunicados oficialmente, ou seja, se não tivéssemos sido informados por alguém que por sorte entrou no site (essa publicação não tinha data prevista), teríamos apenas 2 dias para recorrer. Ficamos revoltados com isso, só não mais revoltados que com o motivo pelo qual tínhamos sido desabilitados: a exigência de um documento que não é obrigatório a nenhuma produtora, só à associações, e portanto, um documento que não temos, nem precisamos ter. Alegamos isso e obviamente o projeto foi habilitado novamente. Como o nosso, sabemos de outros projetos que foram desabilitados por equívocos como esse. O projeto do Armando Praça, Greta Garbo (finalista no Edital do MINC para o B.O), foi desabilitado porque ele mandou o currículo dele e não o da produtora. Ora, a produtora do Armando é ele, inclusive se chama Armando Pinto Praça Neto. O currículo da produtora é o currículo dele! O Armando tentou recorrer e explicar isso, mas foi eliminado do edital. Isso nos parece ou estupidez ou má fé.

As aberrações continuam. Algum tempo depois de resolvida essa situação, recebemos o comunicado de que vamos participar de um pitching para a seleção dos projetos. EM ABSOLUTAMENTE NENHUM ITEM DO EDITAL EXISTE A MENÇÃO À SELEÇÃO ATRAVÉS DE PITCHING! E como isso não estava previsto, a data para que isso acontecesse tampouco, Ivo Lopes Araujo foi eliminado do edital porque o pitching dele foi marcado para uma data em que ele não estava na cidade. Ivo estava em Recife fotografando um filme e obviamente não poderia sair do set, voltar para Fortaleza para participar de um pitching surpresa! Seu projeto caiu. Quando reclamamos isso na Secult disseram que quem está esperando o resultado de um edital tem que estar atento e disponível.

No primeiro dia de pitching, Halder Gomes precisou fazer uma enorme confusão (muito justa!) porque o projeto dele não havia sido desabilitado juridicamente e ao mesmo tempo não estava na lista dos projetos que seriam avaliados no pitching. E já que não houve nenhuma pré-seleção de projetos, automaticamente todos os projetos que foram habilitados participariam do pitching, logo, o projeto dele deveria estar lá. Os funcionários da Secult ficaram numa saia justa e o Halder foi encaixado na apresentação (no horário que seria do Ivo). A coisa é tão esculhambada que no site da Secult saiu uma matéria falando sobre a qualidade e idoneidade do processo de seleção, com uma foto do Halder apresentando seu projeto, enquanto este não estava sequer listado na própria matéria. Se o Halder estivesse viajando como o Ivo, também teria caído sem explicações.

Outra barbaridade: um outro proponente, que apresentou seu projeto no mesmo dia que nós, foi avisado pela Secult que participaria de um pitching às 8 horas da manhã do mesmo dia em que estava marcada a sua apresentação para às 10 da manhã. É inadmissível um proponente ficar sabendo que vai ter que defender seu projeto num pitching – novidade já bastante questionável –, ainda mais 2 horas antes da apresentação! Era evidente o seu nervosismo. Ficamos chocados com tamanho descaso e falta de atenção da Secretaria. Entramos no auditório para assistir à primeira apresentação, do projeto Currais (um dos ganhadores), e nos deparamos com uma situação oposta, agora de excesso de atenção. Durante a apresentação do projeto, um funcionário da Secult levanta o braço da plateia e começa (usando a mesma palavra que ele usou no dia) a "contribuir" com a apresentação, dando várias informações sobre o tema discutido. Na nossa apresentação ele nem ficou para assistir.

Consta no edital que a comissão de seleção dos projetos seria formada por 5 pessoas, 3 de fora do estado e 2 indicadas pela Secult. O pitching estava sendo realizado por 4 pessoas, as 3 de fora e 1 da Secult. Quando perguntamos pelo 5º, disseram que ele estava viajando e que já tinha dado as notas. Como assim? O processo de seleção é feito através de um pitching, mas 1 dos 5 jurados deu as notas apenas lendo os projetos? Como ter a certeza de que uma Secretaria tão desorganizada como essa teve o cuidado e a integridade necessários a uma seleção? Essas notas têm que ser tornadas públicas! Principalmente pelo fato de que as notas mais altas e mais baixas foram eliminadas e a partir disso tirou-se uma média. Quem fez esse cálculo? Dada a incompetência evidente em todo o processo, temos dúvidas a respeito da capacidade de alguns em somar e dividir.

Mais outra barbaridade: Estávamos nós apresentando nosso projeto, quando percebemos algo estranho: os jurados manifestaram algumas dúvidas que estavam muito bem explicadas no projeto. Percebemos então que eles não tinham com eles os projetos em mãos e então perguntamos se eles haviam lido o projeto. Ao mesmo tempo que o funcionário da Secult respondeu "lemos", os outros 3 jurados de fora disseram que não. Ao insistir na pergunta os 3 jurados disseram (bastante constrangidos) que os projetos haviam sido enviados para a casa deles pela Secult na véspera deles terem vindo para Fortaleza e, portanto, jurados e projetos se desencontraram. As 05 vias que o edital nos exigiu não chegou às mãos dos jurados antes do pitching. COMO PODE UMA BANCA DE PITCHING AVALIAR PROJETOS QUE NÃO FORAM LIDOS? É possível acreditar que o tal 5º jurado, diferente dos outros, já tivesse recebido os projetos, lido e avaliado? É inadmissível que um proponente passe 1 hora apresentando seu projeto supondo que ele foi lido pelos jurados, mas que na verdade estes não fazem ideia do que ele está falando! E isso não ser posto a priori! Se não tivéssemos percebido algo estranho e perguntado, não saberíamos desse absurdo.

Depois de tudo isso, o resultado que é anunciado para o final de novembro leva quase um mês para ser divulgado e quando é finalmente divulgado, a SECULT lança a notícia às duas da manhã do dia 23 de dezembro sem coloca-la na página inicial do site como deveria ser o caso de uma informação dessa importância. E se o atraso se justifica, como sempre, pela burocracia das coisas, o descaso não tem justificativa. Foram várias as vezes que ligamos para a Secult para perguntar sobre essa divulgação e seus funcionários diziam, todos os dias durante duas semanas, que o resultado saía hoje. E um certo dia, há uma semana da data em que o resultado foi finalmente divulgado, falaram que saía em 10 minutos (nesse momento entendemos o que são 10 minutos numa repartição pública). Ser um artista e ter que lidar com essa configuração é desesperador.


Não queremos de maneira alguma questionar a qualidade dos projetos vencedores, mas nos é impossível não questionar todo o processo. Estamos nos informando onde é possível agir legalmente, já que fica evidente um completo desrespeito de procedimentos básicos de um edital, assim como o desrespeito e descaso com o artista.

44 comentários:

  1. Gente como no Brasil tudo é um descaso..a minha duvida é, que fazer agora? recorrer ao juridico resolve?

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  2. mandado de segurança neles
    procurem um advogado e peçam gratuidade de justiça!
    pronto

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  3. É terrível quando a equipe da Secretaria de Cultura do Ceará não consegue dar conta nem dos problemas mais superficiais dos editais – já que a resolução dos mais profundos e polêmicos demanda conciliar muitas agendas antagônicas e/ou a indisposição (política) em diversas instâncias.

    O caso é que – atendo-se à “casca” – os editais são PESSIMAMENTE, HORRIVELMENTE, PORCAMENTE feitos. Quando o próprio modelo escolhido reflete a “falta de interesse no diálogo” com a classe artística, os responsáveis deveriam ao menos se concentrar em apresentar algo inteligível.
    Não é uma reclamação por tratar-se de um texto “jurídico”, “burocrático”, “de linguagem técnica” etc. A questão, que se repete a cada edição, é que eles são muito mal concebidos – incluindo a própria diagramação, revisão etc. –, dificultando extremamente a compreensão por qualquer um. A impressão é que não há alguém competente no assunto para tratar diretamente disso e o funcionário encarregado só faz pegar o modelo anterior e modificar conforme o necessário. É preciso começar do zero pra que saia algo minimamente bom.

    Quanto à organização, infelizmente, vivemos um coleguismo covarde em relação à instituição. O artista vê o problema e reclama, mas sempre de maneira tímida, com medo de ser prejudicado por isso. Os membros da Secretaria dão uma desculpa que apela para o lado “humano” da coisa (“sabe como é, a culpa é da burocracia, da falta de recursos/equipamentos/funcionários... . Se dependesse só de boa vontade, a gente resolvia...”.) e tudo fica por isso mesmo.

    Sobre o relato do pessoal do Alumbramento... . A Secult é SURREAL (criminosa?)! Fica a dúvida: quando o artista “descumpre” o edital, é punido (desclassificado). E o contrário?

    Leonardo Ferreira

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  4. Acho importante o desabafo, eu tive o mesmo problema em relação ao pitching, recebi um e-mail avisando a data do mesmo, mas meu nome não constava na lista. Solicitei a Secult que colocasse o nome do projeto na lista pública que eles disponibilizaram no site, já que a mesma iria convocar todos os projetos inscritos na modalidade de longa-metragem. Durante três anos eu tentei a aprovação do filme “Clarisse” no Edital de Cinema e vídeo da Secult, o projeto já tinha sido finalista no edital da Petrobrás e ficou entre os projetos finalistas de alguns outros editais. No dia 23 soube que o projeto “Clarisse” tinha ficado em primeiro lugar no Edital de Longa da Secult. Fiquei feliz porque o filme iria se concretizar, mas logo na seqüência soube que os 500 mil reais que eu havia solicitado, iriam ser rateados entre o segundo e o terceiro lugar. Nada contra mais projetos, mas era preciso o Estado colocar mais recursos no edital (que já é pequeno, em comparação ao de Pernambuco, por exemplo) e não penalizar ou dificultar a realização de um projeto tecnicamente habilitado, acompanhado de um currículo significativo. Resumindo: a categoria de longa-metragem, foi a única prejudicada, já que não houve corte ou rateamentos nas outras categorias. Baseado em que argumentos ou normas decidiram isto? Eu solicitei 500 mil para fazer um filme complexo, com bom elenco e finalizado em 35mm (que é um terço do orçamento de Baixo Orçamento praticado pelo MinC), mesmo sabendo que seriam preciso recursos complementares, posto que cada projeto é um projeto e não queria mais passar pelas dificuldades e endividamentos que passei com meu último filme. Os funcionários da Secult disseram que eu só irei receber 40% do recurso solicitado.O que fazer? Em Pernambuco, por exemplo, o corte legal é de 15% e depois de combinar com o produtor ou realizador.

    Petrus Cariry

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  5. Há de se tomar providências para que todo o processo vindo da Secult seja mais esclarecido, tenha mais transparência.

    Do edital: há um artigo informando que o resultado final deva constar as notas de cada projeto, publicamente. Isso não aconteceu no resultado divulgado oficialmente. Como pode a própria secretaria descumprir um item de seu edital?

    há apenas a categoria CURTA-METRAGEM no edital, se valendo para filmes feito/finalizados em digital ou película. O resultado oficial saí, nos habilitados da capital do estado, com a categoria CURTA-METRAGEM EM 35MM. Quer dizer que os filmes inscritos em digital foram, categoricamente, excluídos? Mas o edital não restringia esse formato.

    Há de se haver tantas confusões diante do que deveria ser um processo de básica feitura: um edital público.

    Creio que devamos jogar uma improbidade administrativa na Secult. O poder público tem que reaver a competência da Secretária de Cultura de conduzir um edital.

    Petrus, também acho essa atitude suspeitosa por parte da SECULT. Como pode não haver no edital uma condição de repartição do dinheiro prevendo um mínimo de corte legal? Claramente não há diálogo.

    Façamos não só esse desabafo circular como é necessário unir a todos para tomar uma providência legal.

    Victor Furtado

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  6. Gente, só queria deixar registrada minha solidariedade total com vocês. O Cinema da Alumbramento é muito melhor e mais importante do que a Secult se mostrou (in)disposta a perceber.
    que isso não lhes esmoreça nem um pouco.
    abraço forte,
    daniel

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  7. Todos os projetos participaram de pitching ou apenas algumas categorias? Inscrevemos três projetos, habilitados nas categorias de curta-metragem e novas mídias (ou coisa que o valha), mas não recebemos nenhuma notícia sobre o tal pitching.

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  8. No caso de alguma ação legal, vamos nos organizar e entrar com um processo conjunto. Quanto mais pessoas aderirem, maior será a credibilidade, evitando limitar o protesto a um único proponente.

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  9. A uniao faz a força galera. Desrespeito total, em primeira instância, à nossa condição de cidadão. Muito complicado estarmos sendo representados por pessoas que fazem com a administração pública brasileira, neste caso, cearense, chegue a este nível. E garanto, estamos atravessando uma crise social que desrespeita a arte, a cultura, a educação e por ai vai. Vamos repassando. Nao sou do audiovisual, sou do teatro e to com vocês. Abraço,
    guilherme

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  10. Sou das artes visuais e esse problema desastroso ocorreu com todas as categorias artísticas. O meu projeto simplesmente foi inabilitado, segundo a SECULT, por falta de documentos. E por falta de documentos foram e foram de tantos INESPLICAVELMENTE. No meu caso por não ter tido tempo de entrar com um recurso que cabiria interpor em 5 dias perdi a oportunidade de continuar lutando pela efetivação de um projeto social que beneficiaria 230 famílias diretamente.Na minha opinião essa é a hora de todas as categorias de artistas se aproximarem e que a SECULT esclareça os prejuizos social que causou com esse desastroso Edital citado.
    Flávio Teles

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  11. Prezados (e traumatizados) colegas,

    Acho muito justa toda a indignação, concordando com cada um dos questionamentos levantados neste documento. Sobretudo com a questão central: que é todo o processo do Edital da SECULT, sua falta lisura, clareza, seriedade. É por meio dessa confusão, que podemos perceber que o problema vai além. É bem maior.

    Sou um trabalhador do teatro, não diretamente do audiovisual, mas o desabafo de vocês passa a ser meu, antes de tudo, por um sentimento comum de indignação ao despreparo, desprestígio, amadorismo, inoperância da nossa Secretaria de Cultura.
    Há um evidente descompasso entre a classe artístico-cultural desse Estado, cada vez mais organizada, produtiva e qualificada, e o poder público, que dá sinais diários de desrespeito à cultura, estando muito longe de se empenhar pela construção de uma POLÍTICA cultural. Ao contrário, tem dado as costas a qualquer tentativa mais séria nesse sentido.

    Atualmente, esse sentimento de revolta com a SECULT-CE (má administrada, mal estruturada, verdadeiro cabide de emprego a serviço de interesses políticos) é unânime entre os artistas das mais diversas linguagens. Mesmo a grande mídia cearense já registra o óbvio, tendo produzido largas reportagens, neste fim de ano, acerca do caos - ou o colapso - de nosso órgão cultural. Neste momento, nossa vergonha.

    Foi essa razão, aliás, que levou a classe artística do Estado a se reunir no último dia 20 para um balanço da cultura no ano de 2011. No âmbito do governo estadual, não podia ser pior. A grita é geral, e faz todo sentido.

    Faço coro ao descontentamento dos profissionais sérios do audiovisual cearense contra os absurdos perpetrados por uma SECULT desastrosa, que, a meu ver, ofende a dignidade do nosso ofício.

    Estendo o convite para que possamos articular uma grande rede de artistas cearenses para uma reação contundente e eficaz contra o descaso do Governo do Estado (a partir, evidentemente, do próprio Cid Gomes) com a cultura local.

    Esse somar de forças, soluções e idéias parece inevitável para que essa situação possa mudar. A reação contundente de nossos artistas é, neste momento, mais do que importante, um dever. Já está em curso, através de discussões em fóruns e entidades representativas das artes e da cultura. Mas sem dúvida a mobilização pode, e deve, ser maior. Me parece, e com certeza não só a mim, que estamos diante de uma verdadeira crise de política cultural no Ceará, na qual o edital é só a ponta do iceberg. Mais gente precisa tomar conhecimento dela.

    Gostaria que entrassem em contato, para futuros encontros, novas resoluções.

    Abraços de grande solidariedade,

    Thiago Arrais, diretor teatral, membro do Movimento Todo Teatro É Político.
    Email: tarrais@bol.com.br

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  12. É estarrecedor pensar que o próprio orgão governamental criado para facilitar as condições de produção/difusão da cultura esteja dando um tiro no próprio estômago. Desvalorizado depois de todo o descaso envolvendo o Pinheiro, estamos diante da mais surreal das condições. A secretaria está entregue aos mau servidores. Apoio e acredito em uma ação conjunta que possa mudar essa situação bizarra. Independente das correntes ou pensamentos diferentes, temos de pensar em uma forma de mostrar ao Governador todo o mar de lama que a Secretaria de Cultura tornou-se depois do joguinho de cargos.

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  13. É estarrecedor pensar que o próprio orgão governamental criado para facilitar as condições de produção/difusão da cultura esteja dando um tiro no próprio estômago. Desvalorizado depois de todo o descaso envolvendo o Pinheiro, estamos diante da mais surreal das condições. A secretaria está entregue aos mau servidores. Apoio e acredito em uma ação conjunta que possa mudar essa situação bizarra. Independentemente das correntes ou pensamentos diferentes, temos de pensar em uma forma de mostrar ao Governador todo esse mar de lama que a Secretaria de Cultura tornou-se depois do joguinho de cargos.

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  14. essas ações arbitrarias estão acontecendo em todos os âmbitos da cultura, sou artista da dança na cidade de fortaleza e tenho visto que cada vez mais é preciso que todos, os artistas, sejam da dança, do cinema, das artes visuais, novas midias… encontrem uma forma de união e de dialogo pra que nos fortifiquemos.

    esse tempo é tempo que se exige um estado de atenção e isso é urgente!

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  15. esse não é um tempo de se pensar singular, é tempo e hora de que fiquemos TODOS juntos, lutando, atentos e acima de tudo, fortes!

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  16. Sou de São Paulo e não tenho nenhuma ligação com o edital em questão. Estou pasmo. Só o fato de o PDF ter sido substituído sem aviso no site já é mais que suficiente para anular todo o edital! Agora, toda essa lista de barbaridades a que essa secult submeteu produtoras e artistas então... Claro que as produtoras já deviam ter abandonado esse edital desde a primeira barbaridade (do PDF...), que já anunciava o caráter fraudulento do mesmo. Mas a miséria e o desamparo cultural nacional em que estamos afogados acaba nos colocando em situações kafkianas... Isso tudo que aconteceu não é questão só de desrespeito à arte, mas antes de tudo desrespeito à lei: é crime. A justiça deve anular o edital, naturalmente. E cadeia para quem é bandido.
    Otávio Ortega

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  17. Realmente desdo inicio esse edital não funcionou muito bem, o texto do edital estava para lá de confuso e os processo que se seguiram a ele foram da burocracia a ma fé. Aos que ganharam ainda imagino que teremos uma enorme dor de cabeça com a prestação de contas... burocracia, informações desencontradas, loucuras de uma prestação de contas que não entende o que é fazer cinema, não sou profeta mas diante dos atuais acontecimentos é muito fácil prever isso.

    Vale apena lutar pela nossa categoria, exigindo um tratamento melhor em relação a esse edital, tanto no que tange a uma real verba para a produção dos filmes(ridícula nos dias de hoje) como também na menor burocracia nesse órgão público.

    Grato amigos pelas informações compartilhadas nesse blog.

    Tiago P.

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  18. Gente, que absurdo!
    Têm que agir rápido e organizar ação coletiva já.
    Só de ler o depoimento de vocês, dá para perceber todas as ilegalidades.
    Aconselharia marcarem uma reunião aberta ao sinteressados, `a classe e depois pedir audiência com a secretaria e apresentar uma carta formal com as reclamações e pedindo esclarecimento público, ao mesmo tempo consultar advogado, falar com o departamento jurídico.
    É direito de vocês, é imprescindível para a sobrevivência da cultura e da arte!!!
    Força aí e boa sorte!
    Leticia

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  19. que história mais triste. o nome disso tudo é opressão.

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  20. Com tudo que já foi falado, ainda há outra questão terrível com relação aos editais, tem muito pseudo artista, que não tem relação nenhuma com a arte, que se traveste de produtores, que fazem projetos muito bonitos, e acabam por serem contempladas em editais, ocupando a vaga dos artistas. Isso é resultado de um fragilizado processo de seleção.

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  21. Fatos lamentáveis. Creio que todos os artistas devam se juntar para discutir ações contudendes e objetivas para pressionar o governo. Encontros como estes ocoridos dia 20 no TJA, são com certeza necessários, dediquemos um pouquinho do nosso tempo nessa articulação para agirmos em bloco.

    Abraço!

    Démick Lopes
    Ator

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  22. Força pra vocês...

    Aqui no Rio a situação é bizarra da mesma forma nos editais da Riofilme...

    Agora os editais do MINC, que você chora ao ver que não sabem do que estão falando...

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  23. Isoo é Brasil gente. País do improviso , do serviço mau feito . Já viram alguma instituição do governo trabalhar direito ? O problema disse é que no Brasil , servidor publico , por pior que seja , não é mandado embora nunca . Se essa secretsaria fosse numa empresa privada, nada disse teria ocorrido , e incopetentes como esses não estariam trabalhando . Como digo , o brsil cresce nas não progride .

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  24. Olá sou Apolo e faço parte da Associação Casa de Apoio a Iniciativas Libertária , ‘Cine da casa’, e da Armadilha Produções, inicio me solidarizando com todos que atravessaram esses percalços pois também faço parte deste time, tivemos projeto desabilitado tendo sido apresentado a documentação por essa mesma secretaria, mas o caos e generalizado vai entra pro terceiro ano o edital do Cine Mais Cutura do Minc e secutfor, e os equipamentos em questão não saem “inclusive estão defasados” e sim gritante a necessidade de nós encontrarmos e planejarmos juntos estratégia de ação para essa realidade adversa. Para aqueles que iniciarem uma articulação nesse sentido nosso contato segue: cailluta@yahoo.com.br , Fone: (85) 8636-7061.

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  25. Vindo da Secult, não há nenhuma surpresa.
    Há Muitos anos o sucateamento é crescente, e o que parecia impossível, está ocorrendo nesta gestão: conseguir ser pior que a anterior.
    Como já disse a Duda, acima:
    Mandato de segurança neles!
    Força e apoio para o pessoal da Alumbramento!

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  26. Olá pessoal!

    Passei por uma situação bem parecido ao relato de vocês da Alumbramento.

    Não participo de nenhum fórum na cidade e de nenhum espeço de artistas. Nesse edital inscrevi meu primeiro projeto, sendo que de um curta-metragem. Vi a todo tempo o edital, extremamente confuso e mal elaborado, sendo desrespeitado. As coisas eram publicadas no site sem data de publicação. Como cumprir o prazo de recurso de 05 dias (para os desabilitados) sem saber quando a lista foi publicada? Como saber por que meu projeto não foi contemplado quando as notas não foram divulgadas? Como se programar para saber um resultado se o edital não colocou as datas?

    Caso a Alumbramento ou qualquer outro proponente venha entrar com uma ação judicial ou convoque uma audiência com a SECULT eu me proponho a somar esforços. Para isso, deixo aqui meus contatos.

    Um abraço,

    Thiago Rodrigues
    rodriguesthiago.ce@gmail.com
    (85) 8659-71710

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  27. Pô... Tá na cara que é corrupção, jabá, safadeza, oportunismo, fdp, manda esses caras tomar no cú e mete a porrada neles...Vamos parar com esses formalismos de linguagem... safadezas como essas tem que ser tratadas no mesmo nível...

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  28. Pra mim fica bem claro que o edital todo está encoberto de quilos de má fé, safadeza, preguiça, descaso, burrice, desinteresse e etc.!

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  29. Para mim está claro que o Edital foi mal formulado, sem cronograma, enfim, mal acabado. Mas historicamente tem sido assim, nos outros estados a situação não é muito melhor. O trauma maior, pelo que percebo, foi a desclassificação do grupo. Se o Alumbramento tivesse o projeto aprovado, duvido que tivesse criado este blog e realizando esta campanha.

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  30. Só para constar: também fui aprovada e por diversos motivos resolvi encaminhar o caso para um advogado. Triste, triste mesmo, querendo e precisando acreditar na Cultura do meu estado.
    Abraços!

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  31. É realmente um circo de horrores,um total desrespeito compara com os artistas,e o pior é que isso é a norma,não a exceção.

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  32. Apoio e reforço todo o movimento de vocês. Unam-se e cobrem nossos direitos. Não somos ratos, homens(e mulheres) é o que somos! Um abraço de solidariedade e força.
    Maria Castro - Atriz e Artesã.

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  33. Vamos começar nossos encontros pessoais e unirmos força para impedir que absurdos como esses se repitam nas gestões públicas. http://www.youtube.com/watch?v=nHCk5mT9j_U

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  34. http://www.secult.ce.gov.br/noticias/secult-esclarece

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  35. - A pessoa não lê edital e acha ruim quando é desclassificado por falta de documentação;
    - Edital de fomento é um concurso. Não é banco pra sair distribuindo aleatoriamente. Evidente que serão classificados os melhores projetos. Se não deu, melhora o projeto e tenta na próxima;
    - O maior interessado é o proponente. Deve-se sempre acompanhar na pagina do edital o processo do concurso;
    - Pitching é importante e deveria, aliás, ser classificatório.
    - A burocraria é universal e não apenas nos editais do Ceará. Diga-se de passagem que editais do Minc e da Petrobrás são muito mais burocráticos e exigentes.
    - Todo esse falatório infundado cava a própria cova do Edital de Cinema e Video. É muito facil o Governador cancelar as proximas edições do edital, uma vez que é levantado apenas as falhas do processo, sem considerar sua importancia histórica para o desenvolvimento do audiovisual cearense. Se está ruim no Ceará, está muito pior em outros lugares! Em muitos estados, nem há incentivo público. A discussão tem que ser pacifica e objetivando melhorias futuras.
    - O Alumbramento, antes de somente reclamar, deveria comparecer às reuniões em que foram levantados sugestões e diretrizes prévias para o edital. Muito fácil reclamar do processo, apenas. Se o projeto não foi aprovado, é porque, por algum motivo, foi considerando desinteressante no momento. Simples assim.

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  36. joão carlos rodrigues29 de dezembro de 2011 às 06:55

    Vota neles, vota.

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  37. Prezados(as) senhores(as)

    Realmente o IX Edital foi de uma desorganização sem tamanho ao que se refere a elaboração do edital.

    Fui convocado a defender o projeto para longa metragem e reconheço como certo que o tal de "Pitching" foi eliminatório.

    Motivo:

    Devido a redução de custos que fiz; para a produção do longa fosse aprovada, expliquei sobre uma cena do roteiro que iria tirar fora e fui sabatinado justamente sobre a própria.

    Caramba, quantas vezes vimos um diretor falar que retirou uma cena do roteiro por acreditar que não iria funcionar?

    Fiz isso justamente visando um maior número de participantes e realizações cinematograficas no Ceará, que lamentavelemente quase não existe e que o custo do projeto ultrapassaria os 500 mil.

    Por tudo isso solicitei as cópias da avaliações dos jurados e acredito ainda, que o outro projeto para desenvolvimento de roteiro não tenha sido nem analisado, pois meu nome constava na lista para fazer a defesa dos dois projetos apresentados, que eram respectivamente: Produção de Longa Metragem e Desenvolvimento de Roteiro, cuja defesa foi apenas de um deles.

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  38. É claro, visível e notário que este edital é nulo por si só, tamanhas são as aberrações que ele encerra. Me solidarizo com os artistas e produtores culturais. No entanto, vejam, onde estão as entidades que reúnem as pessoas do Audiovisual cearense? Ouço coisas horriveis sobre estas duas entidades, que hoje dedicam-se apenas a proteger pequenos grupos, que apesar de divididos em termos de movimento, são irmanados na arte de monopolizar as verbas públicas. São sempre os mesmos de sempre, OS CINEASTAS E VIDEASTAS OFICIAIS, que agora silenciam, para não desagradar ao Secretário de Plantão.

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  39. O Cinema paradão cearense que antes se orgulhava de fazer filmes sem orçamento (uma idéia na cabeça, câmera na mão, just that) agora está querendo se capitalizar. Somente depois de não ter sido aprovado no edital de fomento, colocam a boca no trombone reclamando de toda a vida e de todo o caos cultural. Pergunto: quantos editais o grupo já participou da vida? Há falhas sim, precisam ser corrigidas, lógico, otimizar o processo. Reclamar por reclamar me aparece muita dor de cotovelo.

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  40. O secretário de cultura responde ás questões públicas do Edital de forma paternalista e pessoal. Duas adjetivações que são temerosas se vindo de um representante do povo/;

    http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2011/12/30/noticiavidaeartejornal,2365738/cultura-em-debate.shtml

    falar em "DNA" e "vai ter troco" como se fosse briga de rinha. O que entendo ser esse desabafo da classe do audiovisual é um reflexo da classe artistica inteira, de todas as linguagens, que refletem o entendimento e vivência na cultura. Queremos mais comprometimento do Estado com a pasta. De resposta temos um entendimento de mágoa e rixa pessoal. Mais uma vez o Etado não quer entender o povo.

    Victor Furtado

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  41. Galera, a ata da assembleia do Forum Cearense de Audiovisual já está disponível. Confiram: http://pt.scribd.com/doc/77285182/Ata-Da-Assembleia-Do-Dia-29-de-Dezembro-de-2011

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  42. Caro Petro Jr
    Não sei se você percebeu que a Alumbramento não estava falando só por ela.
    Como um dos maiores problemas brasileiros refere-se à interpretação de texto, leitura e educação, sugiro que leia o texto outra vez. Com calma, devagar, interpretando-o.
    Talvez perceba que o texto refere-se a todo um contexto de desorganização de um Edital que envolve dezenas de realizadores. E que, como tal, merecem respeito.
    O texto não reclama de um documento a mais que foi pedido. Mas da falta de explicitação da necessidade desse documento. E mais: Da solicitação de um documento que foi feito de última hora; que não é comum em editais do gênero; que as produtoras não costumam tê-lo e que, por isso, poderiam ser desclassificadas de forma banal.
    Não reclama de ter ou não um Pitching. Mas da decisão em relação a isso sem que estivesse dito no Edital. E com datas que os realizadores sequer sabiam.
    Não reclama da exigência de várias cópias de roteiros. Mas sim de exigir as cópias num segundo edital e, além disso, não distribuí-las a quem de fato deveria tê-las lido antes de avaliar os projetos.
    São detalhes que fazem toda a diferença e que podem, sim, alterar o resultado final de um Edital.
    Não é um texto que reclama em causa própria. Não é um texto mesquinho. Mas um texto que clama por organização, por seriedade, por respeito, por ética.
    E isso é a sociedade que requer.
    Espero que relendo, entenda melhor o texto. E veja que ele está, inclusive, defendo o seu direito a um Edital claro, e com qualidade.
    Direto de Brasília!!!

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